Mas agora é diferente, a consciência é outra, tenho filhos que precisam de mim e a minha cabeça também não é a mesma (infelizmente).
Desde que comecei com problemas de ansiedade que não tenho coragem de fazer uma viagem de longo curso. E, mesmo sendo na Europa, tomo sempre metade de um calmante antes de embarcar (just in case). Mas as viagens têm corrido bem, não apanho muita turbulência, boas aterragens, também tenho viajado praticamente sempre pela TAP, que me dá muita confiança, aqueles pilotos são mesmo bons e ponto final.
Mas isto tudo para dizer que há sempre um momento pouco depois da descolagem que me atormenta por demais. Há ali umas frações de segundo, em que o bicho dos ares enquanto está a subir, tende a perder um pouco de altitude. E apesar de acontecer sempre, tenho a constante sensação de que o avião não está a ter força suficiente para subir e pode cair. Faço sempre um ar de pânico e agarro-me sempre com todas as minhas forças aos braços da cadeira. Nesta última viagem, não foi exceção. Mas o que achei piada foi à reação da minha filha que, ao ver a minha atitude de desespero, me olhou com a maior das calmas e me disse:
- Calma, Mamã!!!
Do alto dos seus 8 aninhos acalmou este mente cheia de toxicidade, que não é capaz de pensar positivo em primeiro lugar.
À vinda para cá, a mesma coisa. Mas desta vez foi o meu filho que se apercebeu primeiro da situação e logo proferiu:
- Calma Mãe!
Conclusão: É muito bom já ter filhos com uma idade em que já começam a dar apoio. Ainda que seja um apoio de uma ingenuidade pura, fiquei logo melhor depois daquelas frases proferidas por vozes pequeninas :)
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