segunda-feira, 7 de março de 2016

Leituras Bíblicas

Já é a segunda vez que me pedem para fazer uma leitura na missa. Não é que me incomode muito, mas dado que prefiro não stressar com nada, e evitar qualquer situação que me leve à mínima ansiedade, preferia, nesta altura do campeonato, não ter de o fazer.
Mas é a catequista da minha filha que me pede, e aquela senhora é um Amor de pessoa, querida até mais não, e eu não sou capaz de recusar, quando são missas mais adaptadas às crianças.
E então lá vou eu, um pouco a medo, peço-lhe sempre para me fazer sinal quando for a minha vez, porque nunca sei quando são as leituras, sou despassarada, não reparo.
Chego então lá acima, e prefiro não olhar para o público que me irá acompanhar, para não ficar mais nervosa. Faço a leitura o melhor que consigo, tentando que o nervosismo não me leve a fazer uma leitura em correria como se fosse apanhar o comboio, e lá acaba.
Por fim, aquando da última frase que obriga a que os fiés me respondam, levanto a cabeça em sinal de respeito e apreço pelo que irão dizer e tenho vontade de exclamar um: UAU!!!!
Tanta gente a olhar para mim!!! Tanta gente a seguir-me nas palavras que profiro, tanta gente a responder ao comando da minha voz.
Pensamento que me ocorre de imediato quando olho para uma igreja cheia, uma plateia imensa que me escuta:
- Que Power!!!! (pensamento muito pouco católico, eu sei), mas estar lá em cima a olhar para todo um povo obediente é assim uma coisa do além (o ambiente deve ajudar...)!!!
Dá então para perceber o orgulho e o elevado ego dos padres numa sociedade de bons fiéis. Tanta ovelha no seu rebanho.
Depois saio novamente do alto, dirijo-me ao meu lugar inicial, e sinto uma boa onda a invadir-me por ter feito uma boa ação, por ter corrido bem, por ter propiciado um bom momento (assim o espero...).


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