Ontem meteu-se na banheira para tomar banho, e passados alguns minutos chamou-me a dizer que já estava despachado e eu já podia ir dar banho à irmã. Achei estranho pois nem tinha ouvido o esquentador, mas lá fui. Estava pois sequinho que nem um carapau teso ao sol, já com os seus boxers vestidos a achar que eu não dava conta que não tinha tomado a "porra" (desculpem o mau jeito) de banho nenhum.
- Mas não tomaste banho - disse eu
- Tomei sim, disse ele todo zangado por não acreditar nele.
- Tens a cabeça toda seca
- Isso é porque eu sequei muito bem
- Está a toalha seca, o tapete seco, o cabelo seco, só tens um bocadinho do pescoço molhado. Que raio de banho tomaste tu?
E lá foi ele, a chorar para a banheira, comigo agora ao seu lado, a dar instruções para um banho bem tomado.
Ainda me deu vontade de rir, e disse-lhe:
- Não adianta mentires, que posso não descobrir logo, mas acabo sempre por descobrir as mentiras que me fazem. Sou adulta, já tive a tua idade, e sem bem o que as crianças fazem. Também sei que às vezes não apetece mesmo nada tomar banho, mas tem de ser. Temos de ser asseados.
Lá acabou o assunto por ali, e fomos à nossa vidinha. À hora de jantar contei ao Pai. Ficou ali um bocado incomodado enquanto o Pai lhe fazia o olhar nº 33, mas eu comecei a rir-me do disparate que foi a mentira.
À noite, enquanto o deitava, voltei a dar-lhe um pequeno sermão mas a rir-me porque não consegui mesmo disfarçar a gargalhada. E ali, num momento mais lúdico, lá contou que tinha passado o chuveiro à pressa pelo corpo, ainda com água fria, e que nem tocou no cabelo.
E pronto!
Assunto arrumado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário