sexta-feira, 4 de maio de 2012

Ossos do Ofício

Engraçado como a vida das pessoas e a sua profissão as condiciona nas atitudes mais básicas, e na convivência geral na sociedade.
Ontem fui com o meu filho ao dentista fazer a revisão normal dos 6 meses. Estava já o puto na cadeira, e íamos (eu e o dentista) conversando, enquanto ía preparando os utensílios necessários. Conversa para aqui, conversa para ali, até que me diz algo que me obriga a dar uma gargalhadinha. Nisto vejo-o quase a parar o que estava a fazer, e a mirar-me o sorriso e os dentes, ainda que tenha sido apenas por breves segundos.
É assim. Se passamos por uma cabeleireira, observa-nos o cabelo de uma ponta à outra. Se passamos por uma manicure, mira-nos os pormenores das unhas, das peles ao verniz. Se passamos por um dentista, absorve-nos tudo o que é pormenor da nossa cremalheira. E ainda que seja um ato normal e que ninguém leve a mal, é uma atitude involuntária propiciada pelo claro ofício a que se sujeitam diariamente.
Ah, e já agora: E é claro que, se passamos por uma mulher, quem quer que seja, mira-nos dos pés à cabeça para analisar todo o vestuário, calçado e acessórios que levamos.

Um comentário:

S* disse...

A mulher é um bicho observador e gosta de competir entre si. :D