O espírito do passado e a projecção do futuro

Hoje à tarde, apareceu na minha sala do trabalho o meu espírito do passado. Estão a ver a história do Uncle Scrooge do Charles Dickens em "A Christmas Carol"? Pois é, foi o que eu senti quando, a meio da tarde ouvi, vindo da porta:
"- Olá Francesca."
Olhei para a porta e lá estava ele, de fato e gravata, de mãos nos bolsos e de sorriso na cara a mostrar-me todos os seus branquíssimos dentes. Quase vi um deles brilhar como nos vilões dos desenhos animados.
Pediu-me 2 minutos de conversa e saímos da sala. À medida que ía falando foi-me transportando precisamente para há um ano trás, no final de 2009. Nesta altura, fez-me um cenário negro do que se poderia passar com a empresa caso eu não conseguisse implementar o tipo de projectos que ele me exigia. Ainda que o tempo fosse muito escasso, ainda que estivéssemos perante um cenário de muitas dúvidas e incertezas, ainda que o risco fosse enorme eu teria de conseguir. Como mal o conhecia deixei-me levar pela conversa, virei-me do avesso, trabalhei que nem uma doida, atravessei terreno muito difícil e tive momentos muito maus para conseguir ter pronto um projecto com um mínimo de condições que ele exigia.
E a conversa de hoje voltou ao mesmo. Voltou a pedir-me tarefas que no tempo escasso que temos, dificilmente conseguirei implementar. E eu estou a ver um início de ano parecido com o que tive no ano passado, responsável por me ter causado os meus primeiros cabelos brancos.
Mas agora já o conheço. Já sei que ele gosta de exigir impossíveis, não posso vacilar.

Inspira, Expira, Medita, Com calma, e não cedas!
Outra vez!
Inspira, Expira, Medita, Com calma, e não cedas!


Não cedas, não cedas, não cedas....!