segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A produtividade (ou falta dela) portuguesa

Já muito se falou sobre a falta de produtividade em Portugal. Que os portugueses são muito improdutivos, mas este fenómeno só acontece se esses mesmos portugueses estiverem em Portugal. Caso trabalhem noutros países, a produtividade fica logo indexada ao índice do País em causa, e os portugueses são os maiores (e os melhores). Dizem que a culpa é dos gestores, da falta de formação, da falta de orientação a objetivos, etc, etc.
Eu cá, ainda acho que há outro fator, do qual nunca ouvi falar nos media, e que é o horário de trabalho. Não que se trabalhem poucas ou muitas horas e que isso faça diferença. Não. O problema ao qual me refiro, é que em Portugal, cada um faz o horário de trabalho que mais lhe convém. Falo obviamente dos sítios pelos quais já passei, porque haverá outros certamente com outro tipo de políticas a este nível. Mas nos casos que conheço, é uma alegria. Há uns que chegam antes das 8 da manhã, outros que chegam perto das 09:00h. Outros que tentam não chegar depois das 09:30h, e depois há os que se estão nas tintas para os horários e chegam quando a almofada os deixa. Tanto pode ser logo depois das 10:00h, como às 11:15h ainda não terem colocado os "cotos" no local de trabalho. Ora partindo do princípio que as organizações têm pessoas que trabalham em equipa, e que precisam umas das outras para avançar no seu trabalho diário, estão a ver onde isto vai dar, não estão? Se o que chega antes das 09:00h precisa do que chega depois das 11:00 para fazer alguma coisa..... está visto como ficamos. E depois há o horário de saída. Se o que chega antes das 09:00h sai um pouco antes das 18:00h, fica tudo a olhar (em alguns dos casos). Se o que chega às 11:00h sai por volta das 19:30h, acha tudo que ele trabalha muito e é dos últimos a sair (apesar de fazer menos horas e de atrapalhar o trabalho dos cumpridores).
Eu, decididamente, não devia ter nascido uma trabalhadora portuguesa. Porque me revolto profundamente com este forrobodó, principalmente se são pessoas de responsabilidade e que devem dar o exemplo que agem desta forma. E é por isso que neste momento, quem olhe para mim, me vê a bufar! Porque acabei de perder uma reunião à conta de outra, que acabou por não se realizar por falta de comparência a tempo e horas. É nestas coisas que detesto mesmo ser portuguesa. E tenho vergonha, muita, já para não dizer que sinto um certo e verdadeiro asco pela atitude.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estou completamente de acordo. Já trabalhei na Alemanha e este tipo de atitude seria totalmente impensável. Às 8 horas da manhã já está toda a gente no seu posto de trabalho e sem "escapadelas" para tomar o pequeno-almoço. E não há nenhum "chefe mauzão" a impor tais regras. É a própria consciência das pessoas que dita esta conduta. Mas em Portugal onde reina o individualismo e a filosofia do "Chico esperto" é difícil implementar este tipo de organização, o que é contraproducente, pois é exactamente por esta falta de coordenação que as pessoas são obrigadas a trabalhar mais horas.

Paula

Teresa disse...

APAUDO DE PÉ!!!!!!