E já lá vão 15 anos desde o dia em que comecei a trabalhar. Não sei exatamente se foi este o dia do início oficial em Abril, que os primeiros dias foram assim um pouco difusos divididos entre trabalho de casa e o escritório propriamente dito, mas sei que foi na primeira quinzena de Abril. Já lá vão 15 anos em que o acordar de manhã é para me dirigir diariamente a um local de trabalho. Desde essa altura, já mudei algumas vezes de emprego, sempre em busca de um novo desafio que me espevite as capacidades ao máximo e que se adapte à minha vida do momento.
Foi há 15 anos que comecei a perceber um pouquinho mais da vida. Até lá, era, literalmente, uma miúda. A minha vida anterior fazia-se entre casa e faculdade e faculdade e casa. Não vivia nada. Era uma eremita presa a uma rotina limitada pela educação que tinha. E nem sabia o que perdia. Há 15 anos comecei a abrir os horizontes. Comecei a viver um bocadinho mais fora do casco da tartaruga e comecei a gostar da minha liberdade. Apesar de neste momento me sentir muito cansada das minhas rotinas, não tenho saudades da minha vida anterior. Questiono muita coisa, é certo. Gostava de ter uns dias menos rotineiros, é certo, e às vezes apetece-me fazer um intervalo para repensar muita coisa. Afinal de contas 15 anos significa adolescência. E deve ser por isso que às vezes me revolto tanto no trabalho, questiono tanta coisa e me apetece largar tudo para o ar.
Já lá vão 15 anos. Já passei por muito, amadureci muito em certas matérias (noutras ainda preciso de uns estalos de vez em quando), e perdi a paciência para a burrice, para a incompetência, para a sacanice, para quem me faz perder tempo, e para quem me tenta enganar.
15 anos. O que se seguirá? Tenho tantas interrogações. Alguns caminhos que posso seguir que poderão mudar muito a minha vida, mas não sei. Tenho algum medo. Mas esta sociedade, este País, e esta vida, não são compatíveis com medo. Haja trabalho. E vontade de trabalhar.
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