Levanto-me de manhã e tenho frio. O ato de sair da cama é um verdadeiro martírio, não só pelo sono, mas pela diferença térmica que sei ter de apanhar fora do ninho. Visto-me apressada para que o meu corpo sinta o mínimo de frio e, alguns instantes depois, lá equilibro.
Entro no escritório e há temperaturas para todos os gostos. Mas no meio do entra e sai de umas salas para as outras, da passagem por corredores alguns menos abrigados que outros, lá vou tremelicando de frio aqui e ali. Saio do trabalho e lá está o frio à minha espera, aperto o casaco, subo o cachecol até quase me tapar a boca e entro no carro. Dispo o casaco e o carro está um gelo. Lá vou eu a tremelicar até que o ar condicionado faça alguma pinga de efeito. Chego a casa e é o frio completo. Tremelico de frio na sala e ligo o aquecedor. Faço o jantar na cozinha e tremelico de frio o tempo todo. Ao serão, mesmo de aquecedor ligado, tenho frio. E depois....pois, depois vingo-me no banho. A única altura do dia em que, durante alguns minutos, aqueço completamente da cabeça aos pés. Água a ferver por mim abaixo, mas que se lixe, que eu só tenho é frio. Se sou assim em Portugal, o que faria se tivesse de viver num País nórdico. E este é o meu filme de inverno, todos os anos. Um filme com frio. Já vos disse que detesto esta altura, não já? Pois, bem me parecia.
E agora vou ali fugir do frio que já me está a apanhar depois do banho, e vou aninhar-me na minha caminha.
Até amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário