sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Estou velha

É uma constatação que tenho muitas vezes nos últimos tempos quando me vejo em certos espelhos. São os papos nos olhos que teimam em não aligeirar, é a firmeza da pele que se nota bem que está a vacilar, são os cabelitos brancos que vão aparecendo quando a tinta começa a descer cabelo abaixo, é o sono enorme que tenho quando não durmo as horas suficientes, e tanta coisa mais que me vai passando pelo pensamento. Continuo a ter muita dificuldade em acreditar que já cheguei aos 40, mas não há dúvida que eles estão cá. Eu vou disfarçando, tentando mentalizar-me que não é o fim do mundo (e não é), mas pode ser já mais de metade do meu caminho, e ter chegado aos 40 foi a constatação inequívoca disso - de que não sou imortal, nem vou ter juventude eterna - por isso me olho com mais atenção ao espelho, dou mais atenção aos sinais do meu corpo, e ao mesmo tempo vou pensando que são só 40, que quando chegar aos 44 ou 45 vai ser bem pior. Enfim, coisas da cabeça das mulheres que não conseguem aceitar que o tempo passa mesmo (novos, velhos, bonitos, feios, bonzinhos, velhacos) por toda a gente.

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