quarta-feira, 28 de junho de 2017

Pedrógão Grande

É impossível ficar indiferente ao que se passou ali.
Ao inferno que resolveu visitar a terra naquele dia fatídico. Quem sobreviveu, contou-nos como é o inferno. Quem morreu, sucumbiu às chamas e ao calor do que o inferno é capaz.
Horrível!
Os Portugueses em geral, e mesmo outros povos a quem lhes tocou no coração esta desgraça, não poupam esforços e compaixão, e não têm qualquer problema em participar, na sua grande generosidade, em donativos vários para um possível mínimo conforto dos que ficaram numa situação miserável, sem família, amigos, vizinhos, casa, bens de uma vida.
Eu própria, não tive qualquer problema em ligar para os números de apoio para contribuir com donativos e ter o meu pózinho de ajuda àquelas pessoas.
Mas fico a pensar nisto: No meio de tanta generosidade, quem também esfrega bem as mãos de contente é o Estado que, evitando e tentando não abordar muito a sua quota parte de responsabilidade, vê todo um povo (os seus contribuintes) a pagarem um subsídio que deixa de ser deles.
Só ontem, no concerto, foi angariado mais de 1M€. Outros países, Macau, por exemplo, deu 200.000€. O príncipe Aga Khan, doou 500.000€. A CGD tinha uma conta aberta, não sei quanto lá foi parar. A SIC tinha, logo no primeiro dia, uma linha telefónica também para donativos. Ou seja, ao longo destes dias, certamente já devem ter chegados, entre dinheiro e bens necessários, pelo menos 3M€.
Clap, clap, clap. Ainda bem que assim é, que a ajuda quer-se rápida para apagar a tragédia horrenda que aconteceu.
Mas o Estado fica tão aliviado. Os contribuintes, no seio da sua enorme generosidade, estão a tratar de tudo. Os partidos políticos vão falando.... mas ajudas... essas, o povo dá-as, não há problema!

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