terça-feira, 6 de setembro de 2016

Praça de Espanha, 21:41h

Páro num semáforo, e nisto aparecem à minha frente 2 artistas circenses a fazer malabarismo. Adoro malabarismo. Ao ponto de tanto ter insistido comigo em teenager para conseguir fazer algo do género, hoje consigo manusear por alguns instantes 3 bolas, 3 laranjas ou algo do género.
Mas não é disso que quero falar... Dizia eu que os rapazes faziam malabarismo para ganhar uns trocos enquanto os semáforos estavam vermelhos. E enquanto o faziam, sorriam. Estava a ser certamente um trabalho divertido e feliz. Depois, reparei que num trabalho deste género, não estão constantemente a ser interrompidos por skype para darem uma palavrinha, não podem atender o telemóvel ao mesmo tempo, não veem emails, nem ficam com ansiedade quando veem chegar um retângulo do lado direito a sumir-se com a próxima mensagem de correio acabadinha de chegar.
Pensei tudo isto enquanto estava no semáforo, depois de um dia em que a tecnologia não me deixou ter qualquer foco no que precisava fazer com atenção. Passei o dia com outro tipo de malabarismos para garantir o meu espaço de trabalho, e que não me esquecia de nada importante, com tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo. Com a diferença de que tenho alguma dificuldade em fazer o meu malabarismo com um sorriso na cara. E às vezes podia tudo ser tão mais simples...

Um comentário:

Ana Filipa Oliveira disse...

É verdade! Cada um com o seu malabarismo... só que uns mais contentes do que outros... mas talvez ganhe mais trocos do que os malabaristas dos semáforos. É sempre, tudo, uma questão de escolhas. E perspectivas!