quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Mário Soares

Já se disse tudo e mais um par de botas sobre este senhor.
Confesso que sinto que não tenho conhecimento suficiente de história para opinar sobre o trabalho dele, como muitos o fazem pelas redes sociais e tudo o que é site informativo.
A história sempre foi e sempre será o meu calcanhar de aquiles, não gosto, não ligo, não fixo, não consigo ligar acontecimentos.

Mas lembro-me bem de, em 1986, ter uns 10 ou 11 anos (idade atual do meu filho), e ter uma vontade enorme que Soares ganhasse as eleições presidenciais contra Freitas do Amaral. Gostava da música de campanha, gostava de ver passar na rua os carros de campanha, e davam autocolantes que cheguei a ter ao peito com: "Soares é Fixe".

E acredito que fosse bem fixe, embora nunca o tenha conhecido pessoalmente!
Lembro-me de há uns anos atrás, ter dado um documentário na RTP em que era Soares que contava umas histórias sobre o seu passado e certos acontecimentos que vivenciou (não me lembro minimamente do nome do programa e respetivos moldes), mas eu gostava de ver aquilo e lembro-me que, na altura, cheguei a pensar: Este homem deve ser um avô espetacular. Com a quantidade de histórias que consegue contar sobras as suas aventuras, consegue deliciar quem com ele convive.

Como a minha convivência com avós foi sempre muito na diagonal, porque estavam longe, porque os via muito pouco e porque foram morrendo sem que verdadeiramente os pudesse conhecer realmente, sempre tive uma certa inveja destes avôzinhos bonacheirões cheios de histórias e de ternura.

Este também mostrava ser um bocado bruto de vez em quando, com uma educação duvidosa por vezes, mas ao mesmo tempo engraçado. Aquela candidatura às eleições em 2006 foi uma verdadeira anedota, mas lembro-me bem de ver as imagens da sua assinatura aquando da nossa entrada na União Europeia (então CEE). E disso, meus caros, digam o que disserem, tenha eu os poucos conhecimentos de história que tenha, foi um momento único e jamais alguém pode dizer que tenha sido uma má decisão, mesmo com todos os problemas que agora possamos ter. Portugal, naquela altura, não teria outra opção.

Também falam muitos das colónias e do disparate que possa ter feito a seu bom proveito. Não sei, não consigo opinar.
Opino apenas por um passado mais presente, quando foi apoiar Sócrates na prisão. Que horror! que falha enorme! Sobre esse consigo opinar, sim, e é uma das maiores farsas que Portugal já viu na sua história.
Mas como este post é sobre Soares, não tenho dúvidas nenhumas que foi um homem muito importante para Portugal, e que deve ser recordado nos livros de história.
Teve uma vida longa, cheia de aventuras, e uma mulher admirável.

Paz à sua alma!
E foi muito duro ver Isabel Soares (essa sim, eu conheço de raspão e já tive algumas breves conversas com ela), que é uma mulher dura, fria, pragmática, líder, forte, completamente desfeita nas cerimónias fúnebres.

Mas a vida é assim, e continua para os que cá ficam!


Soares foi fixe!

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